Anatomia do Casco

Por ABLA Import / Quinta-Feira, 11 de Março 2021 /
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O casco equino é uma estrutura especializada para resistir ao desgaste, suportar o peso e absorver impactos, evitando maior ocorrência de injúrias do dígito do animal. É dividido em três partes: parede, sola e ranilha. A parede divide-se em 3 regiões contínuas: pinça, quartos e talões.

A face externa do casco é convexa e a parte interna é côncava. A parte interna sustenta cerca de 600 lamelas epidérmicas primárias que se estendem do sulco coronário, ou coroa do casco, até a borda basal da parede.

A parede também apresenta as bordas coronária e basal. A porção proximal da borda coronária é delgada e sua superfície externa está coberta por uma camada córnea macia e de cor clara, o períoplo.

A sola do casco é a maior parte da superfície plantar do casco. É côncava e ao contrário o que se é pensado por alguns hipiatras sua função não é suportar peso. Ela cobre toda a face palmar ou plantar do membro entre a pinça e a ranilha. O local em que a margem externa da sola encontra a margem interna da parede é denominado de ‘linha branca’. A sola é menos densa e menos resistente que a parede. A maior parte da superfície da terceira falange está fixa nela através das lâminas.

A ranilha é uma cunha elástica macia e espessa, com o vértice voltado cranialmente e a base localizada entre os talões. Ela é produzida pelas papilas de outra ranilha mais interna, a ranilha sensitiva. A última está separada da terceira falange, do osso navicular e da inserção do tendão flexor digital profundo (TFDP) pelo coxim digital. A ranilha atua como um amortecedor de impacto e ainda auxilia na irrigação sanguínea para o interior dos cascos. Em cada lado da ranilha existe um sulco profundo, denominado sulco colateral. Ao centro da ranilha existe um sulco sagital, localizado no meio da face plantar da base da ranilha.

O peso ou a força, aplicados à 3ª falange, são transmitidos à parede do casco, o que significa que o peso do cavalo é sustentado pela parede do casco pela combinação de lâminas sensitivas e insensitivas. Isso permite que o crescimento do casco ocorra apenas distalmente e não em direção proximal, por conta das lâminas sensitivas permanecerem fixas ao periósteo da terceira falage e as insensitivas junto a parede.

O interior do casco e envolvida por ele, encontramos a falange distal ou terceira falange. É classificada como um osso esponjoso, que apresenta canais vasculares, por onde passam vasos sanguíneos. A falange distal articula-se com outro osso em apenas uma das extremidades. Esse osso não possui córtex ou cavidade medular e é curvado, acompanhando o formato do casco.

Unidas à falange distal estão as cartilagens colaterais ou cartilagens alares. São curvas, com a superfície abaxial convexa e a axial côncava. Aproximadamente metade da margem distal das cartilagens está ligada ao processo palmar ou plantar da falange distal e o que resta prolonga-se palmarmente.

O osso navicular ou sesamóide distal encontra-se palmar à junção das falanges média e distal e está em contato com ambas. Ele possui a forma de navio (explicando o porque de seu nome) e o seu eixo longitudinal está no sentido transversal em relação ao membro.

No interior do casco há, então, há a presença das articulação interfalangeana distal, na qual é uma articulação complexa que envolve o osso sesamóide distal, a falange distal e a falange média. Cada osso articula-se com os outros dois e há pouco movimento na articulação das mesmas.

Fonte: Figura representativa dos ossos do dígito do equino. Vista dorsal à esquerda e palmar à direita. F2: Falange média; F3: Falange distal e SD: Sesamoide distal. Adaptado de Software de animação do casco em 3D (Hoof Explorer, Effigos, Leipzig, Alemanha).

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