Exame de Claudicação em Eqüinos

Por ABLA Import / Quinta-Feira, 13 de Maio 2021 /
Post Image

A claudicação pode ser definida como uma alteração na sincronia do movimento normal, sendo um conjunto de sinais decorrentes de uma enfermidade que pode acometer uma ou diversas estruturas anatômicas do sistema locomotor dos equinos. Dentre as afecções externas, em geral, as claudicações representam 75% dos casos, sendo que as de maior prevalência são em membros torácicos, por carregarem a maior parte do peso dos equinos e por receberem o choque do apoio quando os membros tocam o chão.

Ela pode ser classificada de acordo com algumas observações, como por exemplo, se a claudicação é aguda, crônica ou recidivante, se a manifestação de dor é contínua, remitente ou intermitente e se o animal começa a claudicar em repouso ou se fica mais intensa com o exercício, desaparecendo com repouso prolongado.

Depois de confirmada, deve-se dar início ao exame de claudicação para avaliação do grau de dor apresentado, qual a estrutura afetada e um possível diagnostico para dar início ao tratamento. O exame clinico é composto por anamnese e histórico, exame físico especifico e possíveis exames complementares.

A anamnese deve conter o maior número de informações que possam ser coletadas sobre o animal, porém, alguns dados como idade, raça e utilização nos auxiliam no direcionamento do diagnóstico. No histórico, sempre levar em conta os tratamentos anteriores já realizados, ultimo ferregeamento, tipo de manejo e treinamento que o animal recebe e alterações visíveis durante o trabalho.

O exame físico especifico é feito em repouso e com o animal em movimento. Inicialmente, observamos possíveis aumentos de volume, lesões ou atrofias musculares, simetria de aprumo e atitude geral. A partir daí, deve-se palpar os membros, sentido distal para proximal, para avaliar possíveis sinais de dor, diferenças de temperatura, presença de pulso na artéria digital ou espessamento dos tendões flexores. Pode-se realizar uma palpação indireta, com o uso da pinça de casco, que causará uma determinada pressão em diferentes regiões da face palmar do casco para avaliação de sensibilidade das estruturas correspondentes.

O próximo ponto é colocar o animal em movimento para que se possa observar a simetria do andamento, sempre examinando o cavalo nos diferentes tipos de andamento: passo, trote e galope, tanto em linha reta como em movimentos circulares. Nesse tipo de exame, é possível classificar a claudicação em relação a manifestação de dor. Segundo STASHAK (1994), existem quatro graus de claudicação, a saber:

  • Grau 1: A claudicação é vista quando o cavalo está ao trote, mas não quando está ao passo.
  • Grau 2: A claudicação é percebida ao passo, mas não há movimento óbvio da cabeça.
  • Grau 3: A claudicação é óbvia ao passo, e há movimentação óbvia da cabeça.
  • Grau 4: Impotência funcional do membro.

Ele também nos permite a diferenciação do membro afetado pela observação da movimentação de cabeça, na claudicação de membro torácico a cabeça é elevada quando o membro afetado toca o solo e é abaixada quando o membro sadio toca ao solo. Na claudicação de membro pélvico a garupa do lado afetado se eleva ao apoio do membro lesado e desce ao apoio do membro são. Já na claudicação bilateral a movimentação da cabeça é mínima ou quando pesos iguais são colocados em membros igualmente doloridos, produzindo assim um andar arrastando a pinça do casco. (FERRARI et al.,2011).

Ainda com o cavalo sendo avaliado em movimento, pode-se realizar a flexão das articulações, o que provocará uma pressão maior no local de sensibilidade, fazendo com que a manifestação dolorosa fique mais evidente. Algumas articulações que podem ser flexionadas são a interfalangeana, metacárpica, cárpica, metatársica, társica e fêmurtíbio-patelar.

Para complementar o exame, deve-se realizar alguns exames como bloqueios perineurais, anestesias intra- articulares, radiografia, ultrassonografia e analise de liquido sinovial.

Os bloqueios perineurais são feitos pela administração de anestésico local na região próxima ao nervo, começando pela parte distal do membro. Isso fará com que a dor manifestada seja amenizada, podendo ficar quase imperceptível, permitindo assim, que possamos identificar a região exata da origem da claudicação.

A radiografia e a ultrassonografia são exames imagiológicos que permitem uma análise visual de todas as estruturas do membro e coluna. Eles devem ser utilizados para confirmar a suspeita diagnostica e para um possível acompanhamento durante o tratamento.

A análise de liquido sinovial deve ser feita em casos que a suspeita seja de etiologia articular, sendo examinado micro e macroscopicamente.

Quando se trata de cavalos atletas, a integridade do sistema locomotor é um fator de extrema relevância para que ele possa desenvolver sua capacidade máxima e possuir um excelente desempenho em suas atividades, por tanto, o exame de claudicação quando o animal apresenta alguma sintomatologia, para seu diagnóstico e tratamento, pode ser determinante para o retorno de sua rotina atlética.

abla import | A REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA QUE CABE NO SEU BOLSO
TOP