Hipotireoidismo em equinos

Por ABLA Import / Quinta-Feira, 01 de Abril 2021 /
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A tireoide se localiza entre a região dorsal a traqueia e distal a laringe. Em animais jovens, ela influencia fortemente o crescimento e desenvolvimento ósseo. Além disso, o hormônio da tireoide é fundamental na capacidade do corpo de gerar calor, além de estimular o consumo de oxigênio, a síntese e o catabolismo de proteínas e ajudar na regulação do metabolismo de lipídeos.

Ela é responsável por secretar 3 tipos de hormônio, a calcitonina, triiodotironina (T3) e a tiroxina, conhecido como T4. A produção se inicia no hipotálamo, onde há a síntese do hormônio TRH, responsável pela estimulação da hipófise, ou glândula pituitária, que por sua vez, produz o hormônio TSH. A partir desse ponto se inicia a captação de iodo, que é fundamental para a conjugação hormonal, a produção de tiroglobulina e a liberação de T3 e T4, que irão atuar em outros órgãos, como o fígado, músculos, rim e coração.

O hipotireoidismo é definido por baixos níveis de hormônios tireoidianos atuantes no organismo, e quando desenvolvido em equinos, se trata de uma patologia pouco estudada, com um diagnostico complexo e associadas a diversos fatores.

Esse desequilíbrio hormonal é classificado de acordo com sua etiologia:


Hipotireoidismo primário: É a forma mais frequentemente encontrada em equinos. Causado por enfermidades na tireoide, como neoplasias ou tireopatias, que irão provocar alterações nos níveis de iodo, seja excesso ou deficiência do mesmo.

Equinos possuem uma pequena margem entre a necessidade requerida e o nível máximo tolerado de iodo, diferente de outros mamíferos, e mesmo assim, o iodismo, ou excesso de iodo, é incomum. Quando relatado, ocorre pelo uso iatrogênico de substancias que possuam iodo em sua composição.

Hipotireoidismo secundário: Decorrente a disfunção do hipotálamo ou da glândula hipofisária, como por exemplo, um adenoma pituitário.

Hipotireoidismo terciário: Causado por utilização incorreta dos hormônios dos tecidos periféricos, porem, esse tipo de hipotireoidismo não é relatado em equinos.

Quando desenvolvido em potros, possui um prognostico ruim, com uma alta taxa de mortalidade. Ele pode ser decorrente do manejo nutricional da égua, quando ocorre uma ingestão excessiva de iodo por meio de rações suplementadas com algas marinhas ou pelo aumento de volume congênito da glândula e consequentemente uma disfunção

A sintomatologia se apresenta de maneira clássica, o animal nasce com defeitos na ossificação, com possível prolapso de tarso, apatia, pelagem longa, prognatismo mandibular, incoordenação e hipotermia.

O diagnostico deve ser feito através da avaliação da sintomatologia clinica e histórico da égua, aspecto topográfico da tireoide, por biopsia e ou então, por testes de função, ressaltando que potros possuem níveis hormonais mais altos que animais adultos, e que animais prematuros dispõem de baixos níveis de T4.

O hipotireoidismo em equinos adultos não causa óbito, apesar de poder causar certa morbidade. Ele se apresenta de diversas formas, o que pode dificultar o diagnostico.

Os sinais clínicos são hipotermia, pelagem espessa, bradicardia, obesidade, letargia, intolerância ao exercício, edema ventral ou de membros, apetite reduzido e ciclos irregulares em éguas.

O diagnostico pode ser um pouco dificultoso e deve ser feito através da avaliação do histórico e a realização de alguns testes para mensuração dos níveis hormonais. Pode-se dosar a quantidade de T4 total e livre, T3 total ou então de TSH, porem, mesmo quando confirmado baixos níveis de hormônio, o diagnostico pode estar incerto e isso se da pela razão de que diversos fatores como a administração de medicamentos como corticoides, fatores de estresse, dietas ricas em energia e ingestão de linhaça interfiram na conversão e utilização da tiroxina e triiodotironina.

Como alternativa, há a possibilidade da realização de testes simulados, no qual se faz a administração de TRH e TSH e posteriormente, mensurações seriadas de T3 e T4, mas esse exame ainda não se mostra totalmente confiável.

O tratamento visa a suplementação hormonal e sempre deve ser realizado por um médico veterinário de sua confiança e capacitado para prescrever o mesmo.

Atualmente, existe pouca literatura disponível sobre hipotireoidismo em equinos, podendo ser pelo fato de termos uma baixa casuística ou pelo não diagnostico da patologia. Por tanto, ressalta-se a importância de confirmar o hipotireoidismo antes de se iniciar qualquer tipo de terapêutica.

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