Síndrome Cólica em Neonatos

Por ABLA Import / Quinta-Feira, 17 de Junho 2021 /
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A síndrome cólica é um termo geral usado para descrever qualquer condição que envolva dor na região abdominal do cavalo. Essa patologia tem importância tanto em potros como em adultos.

Em neonatos, ela pode se desenvolver por diversas etiologias, como: retenção de mecônio, uroperitônio, úlcera gastroduodenal e obstruções intestinais com estrangulamento vascular.

Alguns sintomas apresentados podem ser semelhantes nessas afecções, desencadeadas pelo desconforto decorrente a distensão, normalmente pode-se observar: sudorese, abanar a cauda, olhar no flanco, decúbito por tempo prolongado e colocar-se em posições anormais, com os membros anteriores estendidos por sobre a cabeça.

Vale ressaltar a importância de uma boa anamnese como método de diagnostico, visto a impossibilidade de se realizar alguns métodos semiológicos em potros, como a palpação transretal.

A ruptura de bexiga ocorre devido à compressão que a vesícula urinária do potro sofre no momento do parto, ou em consequência de extrema tensão sobre o cordão umbilical e úraco, que podem tracionar e levar ao rompimento. Os possíveis sinais clínicos específicos são: disúria; polaquiúria e grande quantidade de liquido na cavidade abdominal. O diagnóstico é feito através da abdominocentese, e deve-se buscar um diferencial de retenção de mecônio, pela semelhança da sintomatologia. O tratamento realizado consiste em procedimento cirúrgico, sendo realizado sempre por um médico veterinário de sua confiança.

A retenção de mecônio é uma das causas mais comuns de cólica em potros. Esta patologia pode ser consequente da não ingestão de colostro, estreitamento pélvico em potros machos ou má formação do trato gastrointestinal, e tem como sintomatologia especifica: mímicas demonstrando esforço de defecação e polaquiuria. O diagnóstico pode ser feito através da anamnese, na qual é relatada a não passagem de mecônio e por toque retal, evidenciando a presença de mecônio ressecado no reto. Neste caso, o tratamento consiste em realizar uma infusão retal com produtos comerciais específicos para esta patologia.

As úlceras gastroduodenais são mais comuns em potros lactantes e são resultados do desequilíbrio entre os fatores protetores e agressores da mucosa. Os fatores protetores são responsáveis pela manutenção da higidez do trato gastrointestinal e incluem a manutenção do fluxo sanguíneo na mucosa, produção de muco e bicarbonato, produção de prostaglandina E2 e fatores de crescimento epitelial, inervação gástrica aferente, reposição das células epiteliais e motilidade gastroduodenal. Os fatores agressores incluem o ácido gástrico, que se encontra aumentado nos intervalos entre mamadas, sais biliares, pepsina e várias enzimas (Andrews et al., 1990; Barr, 2001). A sintomatologia especifica consiste em febre, diarreia e refluxo gástrico, e o diagnostico pode ser feito por exame endoscópico, medida de pepsinogênio sérico, abdominocentese e radiografia abdominal contrastada. O tratamento se baseia em analgesia, diminuição da acidez gástrica, melhora na proteção da mucosa, estímulo da cicatrização das lesões e prevenção de complicações secundárias.

A obstrução intestinal com estrangulamento vascular ocorre principalmente em potros de 2 a 4 meses, época que há alteração na alimentação e desenvolvimento do intestino grosso. Assim como as outras afecções citadas, o diagnostico se baseia principalmente no histórico, observação de sinais clínicos diferenciais, como refluxo intestinal e pela anamnese. O tratamento é cirúrgico, por laparotomia exploratória.

O prognostico das patologias citadas depende, principalmente, do tempo de evolução do quadro, pelo fato de que o agravamento geral do mesmo ocorre de forma mais aguda em potros lactantes, pois eles param de mamar quando sentem dor, desidratando e entrando em hipoglicemia rapidamente.

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